sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sem expiração, sem emoção e como uma pedra.
Hoje cedo tive um tempo com alguém. Um alguém especial e que às vezes eu "esqueço" que existe. Eu tive um tempo comigo. Sentado no banco gelado do ponto de ônibus esperando a hora de ir pro colégio, eu percebi tantas coisas que estavam nítidas, e, eu fechava os olhos evitando vê-las. Cada dia que passa eu fico mais próximo do final. Do final do ano, do meu ano, da vida, talvez... eu tive medo e admito. Estar no meio do nada, sentindo o vento gelado bater no rosto, apertando as mãos dentro do bolso quente, ouvindo o som das folhas secas rastejarem pelo chão me fez algo de diferente. Na realidade eu devo ter isso todo tempo, como quando me pergunto "O que estou fazendo aqui?" e meu coração dispara numa batida frenética tentando sair daqui de dentro. Mas hoje foi frio. Hoje foi sozinho e longe do meu conforto. Longe de casa e de todos. Se a partir daquele momento eu precisasse de alguém para conversar, eu não iria ter. Se eu precisasse de alguma coisa, o que estaria ao meu dispor seria apenas dois livros e um estojo. Foi disso que tive medo. Ser fraco na hora errada ou forte demais quando um simples balançar de cabeça é o suficiente. A saudade. Lembrar dos amigos, lembrar da voz da irmã(o), o sorriso do avô, o abraço da avó. Lembrar do que você fazia todos os dias e sempre cercado de gente. Lembrar, lembrar.. pra quê? São só lembranças. Estão guardadas aonde ninguém pode tirar, isso me conforta. As palavras vêm acompanhas de lágrimas e quando elas acabam tudo fica bem.

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