segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Caro amigos...

Caros amigos, eu sei que vocês estão cobrando de mim mais posts, só que eu estou sem tempo e inspiração para escrever. Eu não sou um escritor profissional, logo, não é naturalmente que as palavras saem de mim. Preciso de um esforço, um sentimento, um acontecimento que seja suficiente para tocar o meu lado escritor de meia tijela e suficiente também para puxar aquilo que nos meus dias de paz eu oculto e finjo não ver. Mas vou tentar, prometo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ser um intercambista às vezes não tem sentido. Tudo tem um porquê, uma solução, uma meta a cumprir e sem querer tudo isso some, vai embora. Você perde a consciência e se questiona toda hora. Quando tudo soa bem, a música toca seus ouvidos e a felicidade te preenche, você diz dá boca pra fora meias verdades, porque estar bem e não querer voltar para sua realidade é surreal. Eu tento me convencer que é ótimo e por na minha cabeça bons momentos que aqui passei, mas vem um banho de água fria, um nó na garganta sufocando, porque tudo que é bom dura pouco. O que geralmente fazia bem, agora faz mal. O teu corpo implora, mas não dá, você não sabe.
Aqui é bom, só que é o ótimo que você sempre deseja ter. Uma coisa compensa a outra. A contradição é a melhor amiga, a dúvida é a conselheira e o medo dorme do seu lado. Eu não sou pessimista, eu não acho que tudo isso é em vão, só que parar pra pensar é assustador. Conseguir ser moldado e seguir conselhos é fácil. Se moldar e seguir os conselhos próprios é cruel. Não saber distinguir o certo do errado e mesmo assim continuar fazendo é de arrepiar a alma. Faz perder o sentido pensar demais e repetir demais.
Espero que o pouco que sei sobre a vida seja útil pra me fazer chegar lá. É um labirinto escuro no meio do dia. Todos sentimentos ficam mais a mostra, vuneráveis. Você aprende a relevar.
Eu não sei como é o fim, mas, depois disso tudo que você passa, você cresce. Vai menino e volta homem...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Eu quero muito escrever sobre a primeira orientação dos intercambistas, mas eu não estou com criatividade pra isso. Portanto vou escrever de qualquer jeito, talvez até abreviado.
Sábado (10) foi a semana esperada por muitos. A nossa primeira orientação foi o melhor que aconteceu até agora.
Quando eu cheguei lá, realmente não conhecia muita gente e estava um pouco tímido. As minhas amigas que moram aqui na minha cidade já tinham chego e estavam conversando com outras pessoas, fazendo amizades. Eu tive sorte. Elas me ajudaram, colocaram as minhas malas em um quarto. (Isso foi desnecessário, eu sei)
Depois eu conheci os brasileiros que conversam comigo no grupo "BRASUCAS DO 1850" e sendo muito sincero, não sabia o nome de quase nenhum. Acho que reconheci só o Gustavo, a Victoria e a Mari de salvador. Ela parece muito uma prima de uma grande amiga do Brasil. Depois de todos amigos, do ambiente lotado de etnias, cores e pessoas falando, se conhecendo e tudo mais, a reunião começou.
A reunião, na opinião dos intercambistas ou maioria deles, não teve nada de tão importante assim. Ela foi bem chata e depois tivemos que sair da sala e apenas os pais ficaram. Devem ter falado um monte de coisa sobre o que podem ou não podem deixar nós fazermos. Fala sério. Se fosse por em prática tudo que o Rotary quer esse ano não viraria o melhor de nossas vidas. Enfim, nem sempre as coisas são como deveriam ser! #FIKDIK
Tivemos que criar uma apresentação. Eu sinceramente me senti um intercambista naquela hora. Só de lembrar todos nós cantando na frente dos alemães, mostrando para eles o que é ser brasileiro, mostrando o que é um abraço de verdade, me dá um arrepio. Eu to sentindo falta disso. Queria de novo e de novo..
Mas vocês acham que tudo foi rápido e fácil de fazer? Não teve nada fácil e muito menos rápido. Foi do jeito brasileiro. Maravilhoso. Ficamos numa sala separados escolhendo o que apresentar. Resolvemos cantar 3 músicas de estilos diferentes. Não era a melhor apresentação para mostrar, mas era a que o tempo nos permitia.
Nós entramos cantando bem baixo "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..." até chegar no palco, parar um do lado do outro e começar a cantar as outras duas. A melhor parte foi na segunda-feira. Eu lembrando no colégio que cantamos "Sou Foda". Eu não tinha tido a noção disso ainda. Ri muito, sozinho, mas muito mesmo. Foi engraçado. E sobre a música da entrada, ela foi legal. Eu fiquei arrepiado na hora de cantar e quando lembro, me arrepio também. São coisas que nunca dei valor na minha vida, nunca prestei atenção na letra e no que ela quer dizer, mas agora eu consigo ver a falta que me faz o Brasil. O nosso abraço no final foi o melhor.  Estou ARREPIADO. Reparem que dei ênfase no arrepiado. Isso significa que estou muito mesmo. Se a minha amiga Vi Cunha tivesse perto, ela teria feito algum comentário, certeza. (Isso foi desnecessário também, mas eu tive que escrever.. lembro da Vic o dia todo.)
A tarde, depois de tudo terminado e só esperando pra ir para o alojamento, a fome chegou. Pra quem não sabe, aqui na Alemanha só tem maçã, abelha e alemão - AH VÁ- e pra sorte de todos, nesse lugar que tivemos as apresentações tinha uma árvore bem suculenta e cheia de maçãs verdes esperando para serem devoradas. Não deu outra! Comemos maçãs, depois paçoca e só. Fome!
Fomos para o alojamento carregando as malas. Eu juro pra vocês que meus ombros estão doloridos até hoje por causa daquela brincadeirinha de sleepover. Pensava que era um hotel, ou qualquer coisa do tipo. Pô, paguei 10 euros. Sabe quantos reais isso dá? É o preço de meia diária, caramba. Mas ingênuo sou eu. O hotel foi uma quadra que tinhamos que pisar nela sem tênis para não estragar. Nosso tênis? Não! Com certeza, não. A quadra, claro, bonita. Depois derrubaram refrigerante, e eu não vou falar que foi um brasileiro. Echt!
A tão esperava festa.. nossa, já que pagamos 10 euros, e dormimos numa quadra, a festa foi na balada. Sim!! Na balada do ginásio com um milhão de luzes acesas iluminando até o vento que passava. Não reclamo do lugar, porque foi muito divertido. Eu reclamo dos 10 euros que paguei pra comer cachorro-quente e no café da manha pão com queijo. Aquele tipo de queijo todospõeamão. É delicioso. Tem gosto de americanas, franceses, brasileiros e outras etnias que tinham lá... Não foi engraçado, eu sei, mas tive que postar isso.
Depois da balada sensacional, que dancei muito e zuei pra caramba, eu fui comer numa pizzaria que tinha em frente do alojamento. Eu fui de cueca pra lá. Eu fui cantado por uma velha lá. Lá aconteceu várias coisas lá. hehe
Depois da pizzaria fui conhecer a região escondido. Segui alguns Rotex até umas 2 quadras e voltei. Depois disso foi tudo muito bom. Eu curti pra caramba.
Voltando para o alojamento, ficamos conversando até quase seis horas da madrugada. Quando eu percebi as horas eu fui dormir. Até então, pra mim era duas da manha.
No Domingo (11) foi tudo legal. Arrumamos as coisas e comemos o pãozinho e cada dia, amém. As horas passaram voando e acabou. Me despedi de alguns amigos, quis chorar, rir, e ficar lá para sempre, mas isso é impossível, então tive que ir para rodoviária. Apesar dos momentos ruins que você, com certeza, tem nesse ano, o importante é lembrar que um monte de gente está passando pelo menos. Uma dica: Crie um grupo no facebook. Ajuda muito! Ainda mais quando esse grupo é feito de 25 brasileiro desesperados e querendo falar português. Eu sei que esse final não ficou muito bom e que dei uma super resumida, mas é que está tarde. Faz duas horas que estou escrevendo já. Acho que deu pra entender como foi um final de semana com 25 brasileiros e 90 intercambistas. Pra hoje tá bom. Eu sei que terei muito mais pra contar.
Esqueci de contar que passar um final de semana com essa galera é a melhor coisa e que te deixa RENOVADO. Eu vou precisar disso todo mês.
Somos em 25 brasileiros. Não poderia ser melhor!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Eu não entendo como isso é possível. Eu me "loto" de sentimentos. Talvez essa expressão que eu usei não seja a mais correta para isso, mas, eu  literalmente me canso do que sinto. Eu não sou o tipo de pessoa que vai abrindo uma válvula imaginária e a raiva, o desespero, o medo, a felicidade, vão saindo como se fosse fácil e rápido. A comparação mais próxima que acho para mim, é de um aspirador de pó. Ele limpa o lado de fora, mas a sujeira ainda está lá. Não espalhada pelo ambiente, mas ela ainda existe. Sempre ele tenta esconder o feio, o sujo e nem sempre ele coloca pra fora de novo. Vai acumulando, lotando, enchendo. Comigo é mais ou menos isso. Aqui eu pretendo passar a mais bela imagem do Brasil, de como um brasileiro é. Mas apesar de até agora eu ter conseguido conviver com pessoas que não falam a minha língua e de não estar no meu habitat, eu consegui. Consegui ser eu mesmo, estou conseguindo ser bom, ser educado, legal, mas humano. Não pretendo me transformar num robô e viver a base de regras e mais regras.  A questão também não é essa. Desde que me conheco por gente um grande defeito meu é ser bom demais, tolerar de mais e juntar demais. Se eu tivesse a válvula pra mandar embora o que sinto sem jogar em cima de alguém, seria melhor, mas as coisas não são assim. Todos os dias um turbilhão de informação passa pela minha cabeça. A cada palavra nova que eu aprendo, a cada bronca que eu levo, a cada comparação, crítica, tudo que eu faço tem um resultado e na maioria das vezes eles são bons. Não costumo me irritar facilmente e quando alguém tem a infelicidade de conseguir me fazer perder a cabeça, eu simplesmente me retido do lugar, me tranco no meu quarto e ignoro. Isso não quer dizer que toda vez que fico no quarto é porque estou irritado com alguém.
Eu sei que já faz um mês e uma semana que estou aqui, nos primeiros dias eu sofri bastante e nada foi fácil. Quando eu digo fácil, eu quero dar ênfase em tudo mesmo. Talvez até chorando por dentro eu olhava sorrindo para as pessoas, sempre mostrando positividade, sempre deixando transparecer que eu estava feliz. Só que eu estava. Eu estou. A gente fica feliz e triste ao mesmo tempo. É tão difícil descrever um sentimento, tentar mostrar com palavras aquilo você não sabe e não consegue ver. Às vezes isso tudo mais parece um jogo que vai acabar em breve do que qualquer outra coisa. No final de tudo, do meu tudo, as coisas ficam bem. Antes do bem acontecer eu já explodi, falei o que não devia pra pessoa errada, e talvez até fiz alguma burrisse, mas eu não estou nem aí. Certas pessoas deveriam ter um senso mais aguçado, perceber o quão inconvenientes estão sendo, talvez isso resolveria o meu problema. Talvez isso mudaria muitas coisas. Eu sei que isso não vai acontecer, eu sei que a cada dia que passa eu vou aprender algo novo, vou me irritar, vou rir, vou acumular e depois jogar em cima de alguém. É um ciclo. O meu ciclo está quase completo, logo ele explode. Vivendo e aprendendo (a ter paciêncica)...
Depois de muita coisa escrita e nada do que eu realmente queria dizer ter saido com palavras, eu vou comer alguma coisa. Talvez na próxima vez eu consiga, talvez...

domingo, 4 de setembro de 2011



Hoje é domingo, nada muito diferente do Brasil, aquele tédio que todos passam aí, nós passamos aqui também. Mas pra falar de tédio não precisa de texto, por isso, não vou comentar nada de hoje, e sim, de ontem.
Ontem eu fui para Bremen. Uma cidade bonita, grande e movimentada. A diversidade nas coisas aqui são impressionantes. A minha cidade tem alguma coisa diferente de todas as outras que já conheci, e todas têm um diferencial que se torna um ponto de referência depois e dando saudades. Ao andar pelas ruas da cidade, eu me sentia em vários países ao mesmo tempo. Não sei explicar porque, mas talvez uma das respostas seja que eu nunca fui para nenhum outro, então o que eu imagino de cada país, não passa de simples imaginações e conclusões que obtive por meio de filmes, notícias, conversas, fotos.
Andando pelas ruas encontrei várias estátuas e uma delas me chamou mais atenção. Ela representa as classes feudais dá época medieval. A época do feudalismo. A história é o seguinte:


 Nesta história, um burro, um cão, um gato e um galo, maltratados pelos seus donos, abandonam-nos e decidem ir para Bremen, uma cidade onde conhecerão a liberdade. No caminho para Bremen, vêem luz numa casa; espreitam dentro e vêem quatro ladrões desfrutando do produto de seu roubo. Apoiados nas costas uns dos outros, decidem cantar, na esperança de serem alimentados. A sua 'música' tem um efeito inesperado: os homens fogem, não sabendo a origem de tão estranho som. Os animais tomam posse da casa, comem uma boa refeição, e deitam-se para dormir.


Durante a noite, os ladrões regressam e um deles entra na casa para investigar. Ao ver os olhos do gato brilhando no escuro, pensa que sejam brasas e inclina-se para acender a sua vela. Numa rápida sucessão de acontecimentos, o gato arranha-lhe a cara, o burro dá-lhe um coice, o cão morde-lhe e o galo afugenta-o porta fora, cacarejando. O homem diz aos seus companheiros que foi atacado por monstros: uma bruxa horrível que o arranhou com as suas enormes unhas (o gato), um gigante que lhe deu uma paulada (o burro), e pior de tudo - um juiz que gritou aos seus ouvidos "Peguem esse patife"(o galo). Os ladrões abandonam a casa às estranhas criaturas que dela se apossaram, onde os animais vivem felizes até ao final dos seus dias.







O dia rendeu muita coisa, mas não vou contar tudo. Já está um pouco tarde, preciso dormir e não existe maneira certa de expressar com exatidão o que eu vivi nesse dia. Como eu já disse, é muita informção pra expressar em apenas linhas. Você precisa ver para entender do que é que estou falando. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Host Mãe!

Iris Wilters





Hoje se completou um mês fora de casa. Na realidade eu não teria percebido se não fosse a minha host mãezinha me avisar que amanhã faria um mês aqui e a minha mãezinha que hoje fez um mês que saí de casa.
A saudade hoje não é tanta como no começo, e, talvez ela acabe diminuindo ainda mais.
Deixando esse assunto chato pra lá, vou comentar rapidamente sobre como foi essa semana..
Como todos puderam ver, presentes para mim não faltou. Ainda não tirei todo de tudo. Tem um mouse, umas outras canetas, material escolar, a câmera e o notebook. Todos presentinhos que eu dei pra mim mesmo. Poxa, eu mereço.  Fui duas vezes fazer compras no centro. Eu tive um pouco de sorte. Encontrei lojas com descontos. Na camiseta do meio eu paguei 3 euros, já nas duas outras foi um pouco mais caro, tipo uns 6 euros cada. O estojo de canetas da stabilo que foi ótimo ter comprado. Nada mais do que simples 7,99 euros. No Brasil seria uns 50 reais (?) não tenho noção de preço.
Agora já chega de escrever. Minha criatividade está acabando, se é que eu tenho isso.
Esqueci de falar sobre a pantufa, mas essa fica pra uma outra... beijos!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O boliche




Alguns dias atrás fui convidade para ir jogar boliche hoje. Como sempre eu esqueci do meu compromisso e me arrumei correndo pra ir. No portão de casa eu fiz uma aposta com meu irmão. Ele queria valendo dinheiro, mas eu sou burro, com insegurança, apostei a nossa dignidade. Deveria ter ido na dele, todo alemão sabe fazer a coisa certa! Ganhei 2 partidas de 3. =)


A imagem não uma das melhores, mas o importante é verem o meu nome...

                                                                                                                                                               Sou um campeão. Bro, desculpa aí. Na proxima eu penso, e se pá, você ganha. O final foi legal. Depois de ter ganho a maior parte das rodadas e de ter liderado o placar na maior parte do tempo mesmo sendo ruim pra caramba nesse jogo, o meu Bro não ficou bravo. Até a próxima, ele vai querer revanche. Eu sei disso.
Esse notebook é bad. Algumas teclas sao invertidas e existem tambem algumas outras além do normal -pra mim- e eu sempre erro na hora de digitar. Estou quase acostumado com isso...