segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Que voltem as aulas... parte 2

Estou aqui sentado na sala de aula. Como sempre não tenho o que fazer. Ouvir alemão é uma tarefa meio complicada, mas às vezes você consegue entender alguma coisa, como entendi agora pouco. Hoje é Halloween. Não tinha percebido e, por isso, a tristeza voltou. Lembrar dos amigos no Brasil e nesse dia, que talvez seja um dos mais esperado por todas as crianças depois do aniversário, dia das crianças e natal é de cortar o coração. Não to sentindo falta disso porque estou longe, mas porque só agora a ficha caiu mais uma vez e fez perceber que o tempo passa.
Falar sobre o tempo é algo que desespera, não é? Hoje, aqui na Alemanha, com 1/4 do meu ano muito bem aproveitado eu lembro do passado. Tudo passa tão rápido, tudo tão diferente da época que achava ser grande, mas era apenas pura inocência. A diferença de hoje pra ontem é que o tempo passou, eu fiz, errei e acertei também e tudo está guardado a sete chaves por alguém e em algum lugar. Agora eu tenho o poder de decidir. Na verdade eu sempre tive e so agora o tempo me ensinou a usar.
Escrever sobre o tempo, viver contra o tempo e estar no tempo. É quem tem ensina a decidir e não te dá escolhas..

Que voltem as aulas...

Tem uma menina na minha sala de aula que eu fico muito feliz quando ela não conversa comigo. Não é nada pessoal, mas a voz dela é pior que 50 minutos de aula de música com 20 alunos que não sabem tocar nada. É de tirar a cabeça do lugar. #VidaDeIntercambista

domingo, 30 de outubro de 2011

Planos de intercambistas

O que mais me machuca nisso tudo são os planos feitos para o futuro que muitos sabem que não existe.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hoje eu estou feliz

Pensa em alguém feliz. Pronto? Tá, beleza. Agora multiplica pelo número que você quiser. Quando terminar, você vai ter uma noção da felicidade que estou sentindo nesse exato momento.
Não tenho uma explicação pra isso do mesmo jeito que não tenho quando estou triste. Apenas vem, acontece, surge aqui dentro. Começa com um formigamento no peito, depois se desenvolve e escolhe o lado. Quando o ambiente é propício, algo bom nasce. A minha felicidade nasce. Quando é ruim, aí você já sabe! Têm dias de luta e os dias de glória. Hoje é a minha vez. A semana talvez pode ser considerada minha.
Em menos de cinco dias eu vou para Berlin. Eu não quero saber o que vou poder fazer ou não. Só o fato de estar junto dos meus amigos, dos intercambistas já motivo suficiente de rir sozinho. Cá estou eu, rindo.
Nada de útil também para contar. Os acontecimentos acumulam, me sobrecarregam e não há como descreve-lôs decentemente. Quando eu tiver alguma outra coisa para ser compartilhada, eu volto! Só relembrando: Hoje eu to feliz! Ninguém consegue tirar isso de mim. Ninguém!
Tchau!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O outono chegou

Uma tarde normal, um frio "normal" e tudo parecia normal. Eu estava indo para o treino de futebol com a Emille. No caminho para o campo tem um trecho que eu sempre falo quando passo "No inverno essas árvores não terão folhas e vão ficar com neve. Quero muito ver!!" Não precisou chegar no inverno para elas ficarem sem folhas, é claro. É no outono que a paisagem muda e se adapta para a próxima estação. O caminho é bem diferente. São árvores dos dois lados da rua, como se fosse um túnel. Hoje elas estavam paladas e no alto, no meio, aonde os galhos se encontram unindo todas numa só, tinha uma enorme e cheia lua. Ela estava linda, fora do comum. O céu no tom azul roxeado e com um risco da fumaça de um jatinho cortando o céu bem ao lado da lua e refletindo a cor do pôr-do-sol laranjado meio rosa. Não precisei ir muito longe para ver uma das cenas mais belas da minha vida. Só precisei estar no lugar certo e na hora certa! Espero que amanha seja igual, ou, pelo menos parecido. Não gosto de andar com a câmera sempre em mãos, mas quando não estou com ela me arrependo... infelizmente não tenho fotos. Mas agora sim, o outono chegou de vez!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Saudades de um Intercambista.

Oi, neste momento não é o Luiz Daniel Campaner que esta escrevendo aqui. Prazer, meu nome? Edmara Correia. Sou esta que esta no meio, na foto acima. Venho por meio deste escrever e descrever o quanto esse bobo, que esta abraçado comigo, chamado por mim carinhosamente de Dan, Dani, Campaner e outros apelidos mais que provavelmente ele não gostaria que eu postasse, é importante pra mim e me faz uma falta gigantesca.
Conheço o Dani a exatos, ou nem tão exatos assim, dois anos e meio. Ele foi meu amigo, namorado, irmão, companheiro, inimigo, e todas as outras qualidades ou não que uma pessoa pode ser pra alguém, ou significar pra alguém. Nossos caminhos se cruzaram de modo engraçado, ou nem tão engraçado assim. Nos encontravamos todos os dias no colégio. Ele conhece a minha melhor e pior forma, meus piores e melhores dias. Meus vícios, manias. Meus defeitos e talvez algumas qualidades. Ele me conhece a ponto de poder escrever uma biografia de mim. 
Não importa a felicidade que ele seria capaz de me proporcionar com uma mentira, ele nunca mentiria. Preferia me ver aos prantos e me amparar com uma verdade. Do que me ver vivendo a doce ilusão de uma mentira. Quando agia erroneamente, adivinha quem me dava bronca? quem me aconselhava? sim, era ele. Ele e a Mylena Lima. E veja a coincidência: note na foto quem são os dois que estão me abraçando? Sim, minhas duas bases, meus portos seguro. Essa foto, foi escolhida por acaso. em meio de milhares que tiramos. Não há um motivo especial por ter escolhido ela. Simplesmente, só achei a mais bonita. 
Neste intercâmbio que o Dan esta fazendo, oro pelo menos uma vez ao dia, para que ele esteja feliz. Ele merece. Oro pra que ele encontre amigos, amigos como ele é pra mim, amigos inesquecíveis e que deixam saudades. Amigos fieis, leais e acima de tudo: sinceros! como ele.
Me sinto sozinha, falta um pedaço de mim as vezes. Minhas amigas sempre perto, meus amigos também. Porém, você sempre sente a falta de alguém, daquele que não esta lá. Daquele que a três meses atrás lhe fazia rir, lhe dava um ombro para chorar. 
Amigo, como prometido, estarei te esperando. Morando no norte, sul, centro ou nordeste. Eu voltarei pra te ver, eu estarei lá. Jamais te abandonarei. 
Meu amigo, irmão. Pra sempre, e sempre.
Um beijo e um abraço daquela que te ama muito, Edmara Correia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Uma tarde em Oldenburg

Domingo, 10:11am. Me pergunto o porque de estar acordado essa hora, sendo que cheguei acabado em casa e meu dia de ontem foi uma aventura. Meu dia foi muito intercambista.
Geralmente eu faço de conta que sou escritor nos meus momentos de depressão. Quando eu acho que não vou conseguir e penso em desistir. Mas não será apenas sobre coisas ruins que vou escrever. Claro que nem tudo de bom pode ser escrito. Primeiro, não gostaria que certas pessoas tivessem esse atrevido conhecimento sobre o que eu faço ou deixo de fazer aqui, e, segundo, eu não sou capaz o suficiente de demonstrar com tanta exatidão e emoção, ao ponto de todos conseguirem sentir o que eu senti. Mas é bom! Tudo tem o lado ruim. No intercâmbio a maioria das coisas são difíceis e você está aqui para crescer. Mostrar o seu lado independente e ir à luta. Provar pra todos que você consegue morar "sozinho" um ano, passar por torturas psicológicas e resistir. Resistir porque você é forte e optou por isso. Esse ano é o ano de se descobrir.
Mais um final de semana chegou e como a música diz "Em casa é que eu não vou ficar" dito e feito. Sábado, precioso e congelado sábado. Ontem foi um dia tipo aqueles que você olha pela janela e vê aquele sol queimando tudo -até entender que o termômetro marca apenas 10ºC.- e diz: É HOJE. Problema com o frio até agora eu só tive todos possíveis, e nenhum deles me empediu de fazer o que tive vontade. Tempo bonito e ensolarado é fake. Quando eu pensava que o dia seria gostoso, no meio do pensamento uma descarga de agua descia do céu. Era uma forma de São Pedro tirar uma com minha cara.
Depois do café da manhã eu me arrumei, convidei meu irmão para sair comigo e por causa do tempo indeciso ele preferiu ficar em casa (E pensando bem foi até bom...). Uma missão impossível nesse Outono é achar roupa suficiente quando você é brasileiro e não tem noção do frio Europeu. Peguei o que tinha pra hoje, no caso, ontem! Deu certo. Me proteji legal.
Saindo de casa junto com minha Amigona Emille, partimos para estação de ônibus, mais conhecida como rodô. Até então tudo conspirava ao nosso favor ou pelo menos parecia. Aquele sol que disse no começo continuava e teve algumas pancadas de chuva mas nada tão preocupante a chegar pensar em ficar em casa, só que naquela hora, no momento que saí de casa tudo foi diferente. Choveu. Choveu pra valer, com toda a força que não podia ter acontecido. Correr foi a nossa unica alternativa. Molha mais, mas chega primeiro. Esperamos. O ônibus chegou. Andamos um pouco no centro e pra Oldenburg partimos. Dormi a viagem inteira..
Em Oldenburg foi frio. Eu estava um pouco molhado ainda... Encontramos alguns amigos. Amigos brasileiros e outros do resto do mundo. Por algumas horas todos se separaram. Uns foram comer, outros (eu) fui ver uma exposição bem legalzinha parecida com a que tem na minha região no Brasil (Expo Londrina). O telefone tocou e o resto do pessoal estava convidando a gente para ir na casa de um outro intercambista, porque você já sabe, né...
Depois de andar e aguentar o vento gelado na cara, finalmente chegamos no destino final. Ficamos todos conversando. O ambiente era quente e confortável -os detalhes dessa parte precisam ser pulados por questão de segurança.- Ficamos umas 4 horas aproximadamente curtindo. Tempo necessário pra esquentar... Voltando pra exposição, tudo bacana. Fotos, brinquedos, zuação, brasileiros, e você não é capaz de imaginar como é bom estar junto. Enquanto está todos juntos é uma maravilha, mas cada segundo que passa é um a menos que você pode ficar junto.
A hora de ir embora chega.. é triste, fica um vazio no peito, você não quer voltar. Você sinceramente pensa em mil e uma estratégias, rota de fuga e coisas nesse sentido só pra poder ficar um pouco mais com eles..Mas impossível, e uma coisa que eu não desejo ter aqui são problemas com a família, portanto, preciso fazer tudo corretamente.. ou.. tentar... eu tinha dito que voltaria no último ônibus. Aproximadamente 30 minutos antes do horário de saída nós fomos para a Rodoviária comprar nossa passagem e comer alguma coisa.
Eu queria que tudo tivesse acontecido como o planejado, mesmo sabendo que quando planejamos as coisas na maioria das vezes não dá certo. O ônibus para minha cidade sairia de lá 11:36pm e eu tinha certeza disso porque olhei na internet em casa, na casa do intercambista e comprei a minha passagem na máquina e tinha o horário. Todas as setas indicavam o caminho que eu tinha escolhido. Tudo estava perfeito. Até perceber que não tinha nenhum ônibus.
Eu não estava sozinho no ponto. Fiz amizade com duas alemãs que moram na minha cidade e estavam na mesma situação que eu. Os relógios marcavam 11:40 e um pouco de medo começava surgir dentro de mim. Eu não queria passar por aquilo. O pessoal que estava comigo na exposição apareceu, foram super amigáveis e eu agradeço o carinho que tiveram comigo. Nossa horas que eu costumo dizer "Te adoro, Mo". Piadinha interna que só os loucos sabem. hahaha. Então, eu perdi o meu ônibus. Pensei que teria que dormir na rodoviária igual eu queria alguns dias atrás, mas sinceramente eu não tenho coragem. Mas as amigas alemãs eram legais. Nem todo alemão é frio. Nem todo alemão gosta de cerveja também.
Independente do que aconteceu, eu adorei ter passado o meu sábado em Oldenburg. Não importa o final que teve. Cheguei bem em casa, viemos de carona com um amigo das meninas. Chegamos em 20 e pocuso minutos uma viagem que duraria cerca de 1 hora de ônibus. A Velocidade mínima foi 110km numa curva.. e sim, aqui não tem limite de velocidade, então, imagina. Acho que foi mais ou menos assim o meu dia. Foi ótimo novamente...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sem expiração, sem emoção e como uma pedra.
Hoje cedo tive um tempo com alguém. Um alguém especial e que às vezes eu "esqueço" que existe. Eu tive um tempo comigo. Sentado no banco gelado do ponto de ônibus esperando a hora de ir pro colégio, eu percebi tantas coisas que estavam nítidas, e, eu fechava os olhos evitando vê-las. Cada dia que passa eu fico mais próximo do final. Do final do ano, do meu ano, da vida, talvez... eu tive medo e admito. Estar no meio do nada, sentindo o vento gelado bater no rosto, apertando as mãos dentro do bolso quente, ouvindo o som das folhas secas rastejarem pelo chão me fez algo de diferente. Na realidade eu devo ter isso todo tempo, como quando me pergunto "O que estou fazendo aqui?" e meu coração dispara numa batida frenética tentando sair daqui de dentro. Mas hoje foi frio. Hoje foi sozinho e longe do meu conforto. Longe de casa e de todos. Se a partir daquele momento eu precisasse de alguém para conversar, eu não iria ter. Se eu precisasse de alguma coisa, o que estaria ao meu dispor seria apenas dois livros e um estojo. Foi disso que tive medo. Ser fraco na hora errada ou forte demais quando um simples balançar de cabeça é o suficiente. A saudade. Lembrar dos amigos, lembrar da voz da irmã(o), o sorriso do avô, o abraço da avó. Lembrar do que você fazia todos os dias e sempre cercado de gente. Lembrar, lembrar.. pra quê? São só lembranças. Estão guardadas aonde ninguém pode tirar, isso me conforta. As palavras vêm acompanhas de lágrimas e quando elas acabam tudo fica bem.