domingo, 9 de outubro de 2011

Uma tarde em Oldenburg

Domingo, 10:11am. Me pergunto o porque de estar acordado essa hora, sendo que cheguei acabado em casa e meu dia de ontem foi uma aventura. Meu dia foi muito intercambista.
Geralmente eu faço de conta que sou escritor nos meus momentos de depressão. Quando eu acho que não vou conseguir e penso em desistir. Mas não será apenas sobre coisas ruins que vou escrever. Claro que nem tudo de bom pode ser escrito. Primeiro, não gostaria que certas pessoas tivessem esse atrevido conhecimento sobre o que eu faço ou deixo de fazer aqui, e, segundo, eu não sou capaz o suficiente de demonstrar com tanta exatidão e emoção, ao ponto de todos conseguirem sentir o que eu senti. Mas é bom! Tudo tem o lado ruim. No intercâmbio a maioria das coisas são difíceis e você está aqui para crescer. Mostrar o seu lado independente e ir à luta. Provar pra todos que você consegue morar "sozinho" um ano, passar por torturas psicológicas e resistir. Resistir porque você é forte e optou por isso. Esse ano é o ano de se descobrir.
Mais um final de semana chegou e como a música diz "Em casa é que eu não vou ficar" dito e feito. Sábado, precioso e congelado sábado. Ontem foi um dia tipo aqueles que você olha pela janela e vê aquele sol queimando tudo -até entender que o termômetro marca apenas 10ºC.- e diz: É HOJE. Problema com o frio até agora eu só tive todos possíveis, e nenhum deles me empediu de fazer o que tive vontade. Tempo bonito e ensolarado é fake. Quando eu pensava que o dia seria gostoso, no meio do pensamento uma descarga de agua descia do céu. Era uma forma de São Pedro tirar uma com minha cara.
Depois do café da manhã eu me arrumei, convidei meu irmão para sair comigo e por causa do tempo indeciso ele preferiu ficar em casa (E pensando bem foi até bom...). Uma missão impossível nesse Outono é achar roupa suficiente quando você é brasileiro e não tem noção do frio Europeu. Peguei o que tinha pra hoje, no caso, ontem! Deu certo. Me proteji legal.
Saindo de casa junto com minha Amigona Emille, partimos para estação de ônibus, mais conhecida como rodô. Até então tudo conspirava ao nosso favor ou pelo menos parecia. Aquele sol que disse no começo continuava e teve algumas pancadas de chuva mas nada tão preocupante a chegar pensar em ficar em casa, só que naquela hora, no momento que saí de casa tudo foi diferente. Choveu. Choveu pra valer, com toda a força que não podia ter acontecido. Correr foi a nossa unica alternativa. Molha mais, mas chega primeiro. Esperamos. O ônibus chegou. Andamos um pouco no centro e pra Oldenburg partimos. Dormi a viagem inteira..
Em Oldenburg foi frio. Eu estava um pouco molhado ainda... Encontramos alguns amigos. Amigos brasileiros e outros do resto do mundo. Por algumas horas todos se separaram. Uns foram comer, outros (eu) fui ver uma exposição bem legalzinha parecida com a que tem na minha região no Brasil (Expo Londrina). O telefone tocou e o resto do pessoal estava convidando a gente para ir na casa de um outro intercambista, porque você já sabe, né...
Depois de andar e aguentar o vento gelado na cara, finalmente chegamos no destino final. Ficamos todos conversando. O ambiente era quente e confortável -os detalhes dessa parte precisam ser pulados por questão de segurança.- Ficamos umas 4 horas aproximadamente curtindo. Tempo necessário pra esquentar... Voltando pra exposição, tudo bacana. Fotos, brinquedos, zuação, brasileiros, e você não é capaz de imaginar como é bom estar junto. Enquanto está todos juntos é uma maravilha, mas cada segundo que passa é um a menos que você pode ficar junto.
A hora de ir embora chega.. é triste, fica um vazio no peito, você não quer voltar. Você sinceramente pensa em mil e uma estratégias, rota de fuga e coisas nesse sentido só pra poder ficar um pouco mais com eles..Mas impossível, e uma coisa que eu não desejo ter aqui são problemas com a família, portanto, preciso fazer tudo corretamente.. ou.. tentar... eu tinha dito que voltaria no último ônibus. Aproximadamente 30 minutos antes do horário de saída nós fomos para a Rodoviária comprar nossa passagem e comer alguma coisa.
Eu queria que tudo tivesse acontecido como o planejado, mesmo sabendo que quando planejamos as coisas na maioria das vezes não dá certo. O ônibus para minha cidade sairia de lá 11:36pm e eu tinha certeza disso porque olhei na internet em casa, na casa do intercambista e comprei a minha passagem na máquina e tinha o horário. Todas as setas indicavam o caminho que eu tinha escolhido. Tudo estava perfeito. Até perceber que não tinha nenhum ônibus.
Eu não estava sozinho no ponto. Fiz amizade com duas alemãs que moram na minha cidade e estavam na mesma situação que eu. Os relógios marcavam 11:40 e um pouco de medo começava surgir dentro de mim. Eu não queria passar por aquilo. O pessoal que estava comigo na exposição apareceu, foram super amigáveis e eu agradeço o carinho que tiveram comigo. Nossa horas que eu costumo dizer "Te adoro, Mo". Piadinha interna que só os loucos sabem. hahaha. Então, eu perdi o meu ônibus. Pensei que teria que dormir na rodoviária igual eu queria alguns dias atrás, mas sinceramente eu não tenho coragem. Mas as amigas alemãs eram legais. Nem todo alemão é frio. Nem todo alemão gosta de cerveja também.
Independente do que aconteceu, eu adorei ter passado o meu sábado em Oldenburg. Não importa o final que teve. Cheguei bem em casa, viemos de carona com um amigo das meninas. Chegamos em 20 e pocuso minutos uma viagem que duraria cerca de 1 hora de ônibus. A Velocidade mínima foi 110km numa curva.. e sim, aqui não tem limite de velocidade, então, imagina. Acho que foi mais ou menos assim o meu dia. Foi ótimo novamente...

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